segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Acordo frustrante em Copenhaga

O mundo falhou um acordo ambicioso na Cimeira do clima.
Em cima da mesa estava uma meta de redução de emissões de 50% até 2050, com um esforço calculado em 80% para os países mais desenvolvidos. Algo que afasta quaisquer restrições para 2020 bem como a promessa de se tornar vinculativo e obrigatório no decorrer de 2010, dentro de seis meses ou um ano. Até o objectivo de fixar 2020 como ‘pico' das emissões globais, o que para os cientistas é fundamental para fazer com que a temperatura do planeta não aumente 2 graus, foi colocado de lado, fixando-se ao invés um rendez-vous em 2016 para estudar a possibilidade de estabelecer 1,5 graus como tecto máximo.
Não é o suficiente para combater as alterações climáticas mas é um primeiro passo, dizem fontes dos EUA, citadas pelas agências. A confirmar-se é um passo atrás face ao que os europeus procuravam, motivo pelo qual a UE chegou a ponderar ontem ‘saltar fora'.

Não há um único compromisso ambiental vinculativo no acordo que os líderes firmaram hoje em Copenhaga, que se cinge a um pacote de ajuda aos países mais pobres.
“É um passo tímido”, admitiu José Sócrates.
Depois de 12 dias de negociações, os países desenvolvidos ficaram aquém das piores expectativas, falhando um acordo sobre metas de redução de emissões, tanto para 2020 como para 2050, recusando-se a atar as mãos sobre um qualquer calendário de ajustamento económico a tecnologias mais limpas. Os líderes adiam para 2010 todas as decisões difíceis, incluindo – segundo declaração paralela ao acordo - a intenção de voltar a procurar um acordo vinculativo na COP16, no México.
A UE vê totalmente frustradas as suas ambições para esta reunião no tocante à fixação de metas para a redução de emissões, com os líderes dos 27, como a alemã Angela Merkel ou o francês Nicolas Sarkozy a decidirem-se juntar ao acordo por ser “melhor que nada”. “É um passo tímido” disse José Sócrates, o primeiro-ministro português, que “fica aquém do que eram as expectativas da UE para esta cimeira. Mas é um acordo, o que é melhor que um não acordo”. É uma “falsa partida para o pós-2012”, data em que expira o protocolo de Quioto, defende a Quercus.
No deve e haver do encontro, os EUA juntaram-se à promessa de amealhar 100 mil milhões de euros anuais para as nações africanas até 2020, e ofereceram, para o total dos próximos três anos, 3,6 mil milhões de dólares, menos dos 10,6 mil milhões europeus e 11 mil milhões japoneses. E os países emergentes, como a China e Índia, comprometem-se a apresentar medidas concretas para combater o aquecimento até Fevereiro de 2010. Num elemento chave do acordo, admitem reportar cada dois anos as suas emissões efectivas. Os países ‘ricos’ prometem apresentar metas de redução de emissões para 2020 até Fevereiro de 2010, mas sem qualquer compromisso quantitativo.

(Fonte: Diário Económico)

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